17 março 2010

Humana

Impacientemente tu despe-me as ideias querendo desarmar meu corpo que, como defesa, se paralisa para não denunciar minh’alma a ti entregue. O meu silêncio usado como resposta, a ti é igualmente perturbador ao teu olhar que, como o Sol, me ilumina e cega, aquece e queima sendo sereno e preciso, extremo.
De minha consciência perdida lembro pouco, tão pouco e inofensivamente como o mar prestes a engolir alguém. Os meus novos medos, agora achados, prendem-me na liberdade de um modo tão assustador que chego a desejar ser liberta-presa, já que o pouco que conheci deu-me a certeza que agora, com muito a conhecer, não tenho.
Não te uso como escapismo, não te vejo como caminho a ser trilhado. Das poucas certezas que tive e tenho, concluo os meus pensamentos não tão esperançosos como deveriam ser. Mas, estando em teus braços não há mundo, não há gente, não há medo nem problemas, tão pouco amanhã. Faço-me mais humana então, ao teu lado, não pela maior facilidade na justificativa do erro e sim exclusivamente para acertar meu erro, você.

Camila Oaquim.

1 comentários:

Chazzy Chazz disse...

Complexo e profundo, vc onsegue me prender a leitura dos seus textos.
Poucos são esses que fazem isso comigo e esses poucos são escritores renomados, Orwell, Linspector, Wilde, vc se encaixa no perfil de leitura que eu aprovo, seus textos cada vez mais cheios de conteudos, subliminares, e indiretas que poucos sabem, talvez tenha lido e n observado todas elas, é tudo um mistério.
novamente 2 coisas
1 PARABENS cada dia melhor
2 CADE O LIVRO PO**A???

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