13 setembro 2010

Sobrevivente do Tempo

Tinha feito planos que pretendia praticar nesta projeção de vida que chamamos de amanhã. Pus minhas mãos sobre a cama e minha cabeça sobre elas, pensei. Talvez fosse melhor de alguma outra maneira, talvez sem pensar, talvez depois, quem sabe. Só sei que do jeito que foi acabei resolvendo não ser, fui. Indo, sendo, planejando tudo aquilo que fiz diferente. Com estes planos não feitos adquiri algumas muitas conclusões, dentre estas a de que talvez as mais importantes não pude ter. Outrora defini a magia das coisas como elas sendo do jeito que eu queria, hoje sei que o brilho dos olhos e os sorrisos mais sinceros são justamente os da surpresa causados pela ousadia do tempo em nos fazer alheios ao que não é de todo nosso. Agora se me perguntarem o que quero, não sei. O que espero, nada. O amanhã, não existe. Mas se perguntarem o que importa, ah... o que importa, o amor! De todos e de tudo é o que menos criei expectativas e o que mais me trouxe alegrias, talvez por somente nele me sentir mais passageiro do que guia. Não tenho rumo, não sei por onde ele vai, tanto faz. O que importa é o agora e eu estou com pressa, pressa de amar e de viver cada segundo antes que ele se torne um projeto deixado de lado escrito em alguma folha a lápis, borrada pelo tempo e pela minha memória.

Camila Oaquim.

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