14 fevereiro 2011

Ela

Fiz o jantar, está posto à mesa,
fiz teu doce predileto,
forrei a cama com aquele cobertor,
deixei no rádio nossa música de amor,
cochilei te esperando no sofá
e sonhei contigo me abraçando forte,
acordei com medo da hora passar
e arrumando o cabelo com pressa,
me perfumando pra ti, amor,
vi a porta abrir e teu cansaço me matar,
vi teus pés descalços no chão
procurando o chinelo de sempre,
e o chuveiro de sempre,
Tua boca com as falas de todo dia,
nessa nossa monotonia...
achando que o diferente mudaria algo,
salvaria algo do que virou rotina,
dessa mania de amor virar costume,
acostumando-me em ser ela,
somente ela, a mesma de sempre,
a mulher que dorme ao teu lado,
a mãe dos teus filhos, a boa esposa,
ela, que já não sabe mais,
que já não lembra mais,
que nem pensa na hipótese de saber de novo,
um dia, algum dia, meus Deus,
como é ser uma mulher plenamente amada.

Camila Oaquim

4 comentários:

Mariana Novaes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mariana Novaes disse...

Minha estranha!! Belo texto, gostei muito. Beijos, saudades :)

Thaís Velloso disse...

Gostei do texto, e me lembrou "Cotidiano", do Chico. Beijo.

Chazzy Chazz disse...

Belo texto, simples, e profundo, quem nunca esperou o amor e ele demorou.
Esquecer o que é ser amado as vezes é duro.
Mas suportamos neh?
Cada dia melhor
KD O LIVRO

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