21 março 2011

Japão

Sentindo-me Deus, criei um mundo só meu
Aonde tecnologias avançadas destacavam-se,
Aonde o tempo era sempre pouco e útil.
Fiz as maiores descobertas, reconheço.
De humildade não preciso, me garanto, eu sei.
Ninguém podia me parar, não iriam me deter
E quem fui ninguém chegaria a ser.
Subestimei o mundo, confesso,
Agora, que tristeza, voltei à partida.
Perdi tudo que construí, matei os meus filhos,
Não há mais criação brilhante que nos salve.
Agora a natureza tirou-me o poder,
Tirou-me a dignidade e a independência.
Vejo os meus com fome sem pra onde ir,
Crianças medrosas nos únicos colos que restam
E repenso, aonde estava que não nos salvei,
Que não repensei, que não protegi?
O que me resta é solidariedade dos outros
E curioso, esta eu nunca soube produzir.
Aos poucos espero reconstruir tudo,
Mas por tudo que vivi agora, tenho certeza,
O principal é reconstruir eu mesmo,
Não em riqueza, em pensamentos
Afinal, descobri que não sou nada.

Camila Oaquim

1 comentários:

Chazzy Chazz disse...

A ignorância do homem perante a natureza impera, mesmo sabendo que sua fúria é destrutiva.
Sábios são aqueles que a respeitam e a tem como parte de uma Divindade maior.
O dia que todos entenderem que o homem é a variavel no mundo e que tudo ao redor é uma constante talvez possa viver harmoniosamente.
Lindo texto Camila, continua assim

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