29 maio 2011

A pedra, a embarcação

Desmancho-me em rio, amor
Em sal de pranto desfaleço.
Insistes que não me compadeço,
perceberás só quando me for?

Forço-me em ser maleável,
Engulo choro, engulo tristeza,
esses sentimentos por natureza
mas o medo é inapagável.

A ponta da faca em minha mão.
O cansaço das reclamações,
as mais mil e uma citações
e, enfim a faca vai ao coração.

Se está tudo errado? não sei.
O tempo passa mas tudo volta,
pergunto-me, onde mesmo errei?

Em mim navegam tantas frustrações
nesse meu rio-pranto de tantas lágrimas.
Talvez eu atravanque outras embarcações.

Camila Oaquim

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