22 abril 2013

Contínua


Ah, desvia que eu me enrosco
qual foi, qual é, minha menina!?
Padeço e tu esquivas...
eu tropeço, fazes graça.
Cai de rir da minha desgraça.

Ah, eu não quero mais.
Já me acostumei em ser assim,
ver-te enroscar a outros
meninos, rapazes, moços
fazendo o esboço da cicatriz em mim.

Se achas graça, se fazes piada
enquanto esqueço os olhos em ti,
hei de fazer o que, meu bem?
Rio em lágrimas, chove... chove...
inundando cada detalhe teu aqui.

Mordes que eu assopro,
Assopras que me cubro de vontade
de satisfazer essa vaidade
tão distante do teu negado sim...
sim, corres por fora e por dentro de mim.

Corres por dentro e por fora de mim... contínua.

Camila Oaquim

20 abril 2013

Breve desabafo do impossível


Quis te olhar de perto, faltaram-me pernas.
Quis dizer a ti mil coisas, esvaíram-se as palavras.
Quis abrir para ti meu coração, trancou-se em chaves.
Mas será que já não percebias que lhe amava?

Cuidaria de tuas pétalas, meu bem.
Regaria tua manhã com mil sorrisos.
Daria a ti tanta atenção quanto preciso.
Não te esquecerias em uma página de livro.

Ainda é cedo, amor
E já invades meu peito assim...
Será que seria muito cedo também
Para te achares em mim?

Camila Oaquim