19 março 2010

Ausência

À perda do vivo dedico a dor encontrada
Por um amor severo, que enterra meu coração
Parte em partes nas frases mal formuladas
Da mágoa do medo de boa explicação.

E a suplica ignorada, se cala e só
Tristemente largada pela crença desfeita
Para desatar, se pudesse, de todo o nó
Que se aperta contra a amarra feita.

A saudade, demasiada, a carne feri
Desmanchando em partes tristes
E doloridas o amor que já não mais diferi
O que antes dava razão ao que existe.

A existência ainda se mantendo intacta
Mas frágil e quieta como quem se esconde
Fingindo não ter coração, feito máquina,
Procura um novo futuro no antigo horizonte.

Camila Oaquim.

3 comentários:

Wellington Rodrigues disse...

*-*
Chorei =']
É tão estranho estar com quem alguém
e ao mesmo tempo estar sozinho.
"À perda do vivo dedico a dor encontrada"

B. disse...

Porra, Camila. Que lindo!

Pupa disse...

Muito bonito!

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