Lá está a vela sobre a mesa e junto a ela, ele, velando aquela imensidão de ausência. Casa cheia e prato vazio, costume da família que de concreto só tinha o não ter. Em proporção inversa à esperança vinha a pobreza claramente imposta pela matemática sempre de resto zero. Ele corria contra o tempo enquanto a família se deixava levar, a pressa de viver agora tinha a calma que as pessoas ganham ao ter uma subvida. Às vezes é melhor desistir, talvez nesse caso fosse mas ele não desiste. Prometeu junto ao filho caçula em leito de morte, enquanto este perguntava sobre a existência de comida no céu, que não iria desistir de oferecer a tal abundância de alimento aos demais filhos que naquele momento sofriam tanto junto a ele. Desde então, de Sol à Sol lá está ele trabalhando sem parar, suas rugas sofridas, seu andar cansado e seus calos na mão evidenciam seu esgotamento físico, mas nem por isso ele pára. É esse o mundo em que vivemos, onde quem mais precisa não consegue ter, aonde se trabalha mais do que pode e ainda assim o prato vazio se mantém. Seu conforto é em ultima das hipóteses, ter certeza de que depois de tanto sofrimento, ao chegar no céu ele não passará fome junto ao seu filho. À sua mulher. A Deus.
Camila Oaquim.
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4 comentários:
O mundo é um lugar tão injusto,poucos com muito e muitos com pouco.
Lindo e emocionante o texto.
Amei o blog,seguindo...
segue?
http://viiviihmdiario.blogspot.com/
Beijoos ;*
BEEEELO texto,belo!
Aliás,belo também é teu blog.Te seguirei =)
Quando eu vou conseguir escrever q nem vc!??!
Me ensina a brincar com as letras Camila
detalhe.... LINDAAO, não é pessimista é apenas realista
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