30 junho 2011

Singular em Plural

Eu era nós, de laço forte e apertado, nós, de olhos abertos e braços dados.
Eu era aquilo que não se sabe, que não se decifra. Eu era tudo, tão pouco!
E eu me dei, emprestei, magoei. Eu sofri, calei, sorri.
Os nós afrouxavam, os nós se apertavam, a corda esgarçava e nós, lá, em nós.
E nós procurávamos, nós nos achamos, nos perdemos, e livres nos prendemos.
Na imensidão de opções a resposta era única, dentre nós só nós restavam.
E quem vai dizer que só restam males, ares ruins.
E quem vai dizer que ser preso não é opção, missão do sim.
Eu sou laço, não tão forte, não tão frouxo.
Mas sem preocupações, por favor. Caso ache que vou soltar, volta, voltamos, nós. Somos assim, só assim, e ninguém precisa saber diferenciar, ninguém além de nós,
porque em pessoa ou em amarras nos enquadramos e pronto, isso basta.
Eu sou aquilo que já sabemos, incógnita. Quase nada, tanto!

Camila Oaquim

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