29 setembro 2012

O longo Caminho Até Aqui


Por quantos tropeços caí até aqui
Em quantos nós me enrosquei dentro de ti
Debrucei, chorei, agarrei-me com toda força
Como uma moça sem pudor algum.

Afobei-me em querer tua presença
Tive tua mão aqui na saúde e na doença
Empenhei-me, fui à cozinha, fiz teu café
Como dona de casa, tua mulher!

E aos poucos que fui vendo...
Tão aos poucos entendendo...
Já era tua sem saber, sem crer ou entender.

E aos poucos fui morrendo...
Tão aos poucos renascendo...
Cumplicidade vem do chão e vai crescendo...

E vai crescendo...
E de repente gera frutos, contorna arbustos, vira árvore.
E vai crescendo, enraizando, deixando marcas.

Em todas elas gravei-te em mim
Tuas vindas e idas, teus choros sem fim
Ficou apenas teu riso de satisfeito
Com os erros meus, tua mulher sem defeito.

Camila Oaquim

09 setembro 2012

Metalinguagem? Talvez, Palavra!


 Encontro-me aqui novamente, desta vez tentando tapar aos poucos os diversos buracos causados por minha ausência.  Crescer não é tão divertido quanto aparenta ser enquanto estamos sentados em frente à TV vendo a sessão da tarde esperando incansavelmente para sermos adultos e podermos ser iguais a algum daqueles super-heróis ou então grandes o suficiente para ter uma daquelas paixões avassaladores de finais felizes.
Apaixonei-me, tanto quanto os adultos dos filmes, e de maneira animalesca o impulso por diversas vezes tomou conta de todo o meu ser que, felizmente ou não, parecia a todo instante ter a consciência em forma de coração. Não me arrependo de nada, não vejo motivos para tal desatino (desatino sim, como pode alguém se arrepender de algo pelo que tanto esperou?).
Aconteceu que percebi que o amor não é a única coisa que caracteriza os adultos - tolice infantil- e os deveres, e os medos, e as lágrimas, e a falta de tempo tomaram-me todo o espaço guardado com tanto afeto e mil cuidados para o meu benzinho. Quis largar tudo por inúmeras vezes, várias mãos me foram estendidas, e ombros, palavras confortantes, tudo menos você, meu amor.
Pensei então que teria sido tudo em vão. Quanto tempo perdi nessa longa caminhada, meus Deus! Poucos sabem o quanto foi difícil dar o próximo passo e, com certeza, todos já perderam a conta de quantos próximos passos foram necessários. Mas cheguei finalmente e aqui está você, de braços abertos me esperando. Como pude não perceber sua presença a cada instante? O mais puro amor, a mais sincera amizade, essa nossa paixão com certeza é a história mais linda dentre todos os filmes que vi até hoje. Nosso final? Não sei, adultos se preocupam muito com o futuro. Enquanto isso vivo o presente tatuando diariamente em nossas vidas palavras sinceras do nosso amor.

Voltei, meu bem.
                  Eu voltei!

Camila Oaquim