29 março 2010

Chuva

Chegastes do nada como chuva repentina, molhou-me a secura, encharcando-me pouco a pouco e inteiramente com um misto de coragem e medo que jamais tive. Me teve tão rapidamente quanto pode me tocar e, de tão forte que fostes, entrou pelos poros antes secos como quem buscava pelo sangue um modo mais rápido de chegar ao coração. E assim se fez, teve-me e tem, apossou-se do meu amor como quem sempre soube que nele viveria. E agora, tão acostumada estou a lidar com essas sensações antes não tidas que hoje só temo o Sol, temo que tudo evapore, que sumas de mim sem mais nem porquê. Temo porque te amo, distante ou em mim, mas não tão longe quanto a saudade comece a doer e meu sangue secar.

Camila Oaquim.

2 comentários:

Bia gata. disse...

Eternamente apaixonada você. É bom esse estado de babaquice que não vai embora, né? Lindo também.

Lina Savle disse...

intenso e invejável momento.

bela narrativa.

http://gritosquenaodei.blogspot.com
http://www.flickr.com/photos/lina_savle

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